De hoje até o dia 31 o calendário marca o Agosto Lilás, o mês para a conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
É vergonhoso termos que bater nessa tecla, mas infelizmente os números de mulheres agredidas e mortas crescem de forma exponencial a cada ano no Brasil. Vale destacar que a sanção da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/ 2006) foi assinada no dia 7 de agosto pelo enfrentamento da violência doméstica. A campanha alerta para situações de violência e destaca os canais para denúncias, rede de apoio e proteção às vítimas. O Disque Denúncia é o 180.

Coluna: Lilás é a cor de agosto!
O país ainda repercute sobre a mulher do Rio Grande do Norte que teve o rosto desfigurado por mais de 60 socos do namorado. A vítima sofreu múltiplas fraturas no rosto, no maxilar, e foi submetida à primeira cirurgia de reconstrução da face essa semana. Já o agressor, indiciado por tentativa de feminicídio, denunciou ter recebido socos, cotoveladas e pontapés de agentes prisionais… O mais bizarro é que o acusado passou a receber mais de 1.500 e-mails de mulheres que se dizem encantadas por ele: o nome para isso é hibristofilia, a paixão de pessoas por criminosos…
Segundo pesquisa do Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 21 milhões de brasileiras, (37,5% do total de mulheres), sofreram algum tipo de agressão nos últimos 12 meses. Esses números correspondem ao maior percentual da série histórica da pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, iniciada em 2017, e 8,6 pontos percentuais acima do resultado da última pesquisa, de 2023.
“País menos seguro para as mulheres” – Coluna: Lilás é a cor de agosto!
As notícias são preocupantes também em relação à violência sexual. A pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que 5,3 milhões de mulheres (10,7% do total da população feminina do país), denunciaram abuso sexual e/ou forçada a manter relação sexual nos últimos 12 meses.Outro dado alarmante é apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), indicando que no Brasil o percentual de mulheres vítimas de alguma violência ao longo da vida por parceiro ou ex-parceiro é superior à média global: 32,4% contra 27%.
A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança, Samira Bueno, afirma que o país é cada vez um país menos seguro para as mulheres: “O Brasil é um dos países mais violentos do mundo e isso se reflete no dia a dia das mulheres. A pesquisa mais uma vez nos mostra que as mulheres estão desprotegidas dentro de suas próprias casas, convivendo com os agressores que, na maioria das vezes, compõem seu círculo íntimo, sejam parceiros, ex-parceiros, parentes ou conhecidos”.
Ainda de acordo com Samira Bueno, “a maioria das agressões ocorreu na presença de terceiros, 91,8%. Em 47,3% desses casos, quem presenciou foram amigos ou conhecidos; em 27%, os filhos; e em 12,4%, outros parentes”.
Observatório da Violência Contra a Mulher SC – Coluna: Lilás é a cor de agosto!
O Sistema Integrado de Informações de Violência Contra a Mulher no Estado de Santa Catarina divulga 30.234 medidas protetivas requeridas em 2024, com 15.908 medidas protetivas de janeiro a junho de 2025. Foram 51 feminicídios em 2024, e de janeiro a junho deste ano já são 23.
A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cevid), em parceria com a Academia Judicial, promove em 14 de agosto o Seminário de Prevenção à Violência Doméstica contra as Mulheres, ministrado por Alice Bianchini. Será no auditório Thereza Tang, na sede do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a partir das 14h, com transmissão ao vivo pelo canal do TJSC no YouTube.
Considerando que a cor lilás transmite uma sensação de calma e tranquilidade, de mudança e renovação, capaz de auxiliar na superação de medos e na busca por um novo caminho, é importante que as instituições e a sociedade civil se engajem no combate à violência praticada contra as mulheres, para prevenir, denunciar e apoiar, sempre que se fizer necessário. Não se omita! Denuncie!

Sônia Pillon é jornalista, escritora, palestrante e colunista. Integra a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-SC). Fundadora da ALBSC Jaraguá do Sul.
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