Terra, fé e polenta: A alma italiana que moldou o Vale do Itapocu

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Terra
Foto: Flávio José Brugnago | Observa +
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A exposição “Terra, Fé e Polenta” revela a alma italiana que forjou o Vale do Itapocu. Ao longo de 150 anos, a mostra celebra a labuta na terra, a fé que ergueu comunidades e a cultura da polenta, que uniu e fortaleceu as famílias em sua nova pátria. É um convite para redescobrir a herança e a resiliência que definem a nossa região.


A celebração dos 150 anos da Grande Imigração Italiana em Santa Catarina (1875-2025) destaca a jornada de coragem, trabalho e fé que moldou a identidade do Vale do Itapocu. Para contar essa história, a historiadora Silvia Regina Toassi Kita, do Arquivo Histórico Eugênio Victor Schmöckel, apresentou a exposição “Um Legado de 150 Anos: A Colonização Italiana no Vale do Itapocu”. A mostra, revelada por meio de documentos, fotografias e memórias, foi inaugurada no Parque de Eventos Ademar Frederico Duwe, no sábado, 28 de junho.

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Foto Flávio José Brugnago | Observa +
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O prelúdio e a chegada: Os primeiros passos em terra catarinense

Embora a grande onda migratória seja o marco da celebração, a presença italiana em Santa Catarina é ainda mais antiga. Em junho de 1836, os primeiros pioneiros aportaram no estado, fundando a Colônia Nova Itália, hoje município de São João Batista. Famílias como Rilla, Pesco, Riolfo e Caviglia e outras deram início a uma história que seria amplificada décadas mais tarde.


A partir de 1875, impulsionados pela busca por terras e novas oportunidades, um fluxo massivo de imigrantes italianos começou a chegar. Em Jaraguá do Sul e seus arredores, essa colonização se deu em diversas frentes: em 1890, famílias como Piazera, Rubini e Demarchi chegaram à Barra do Rio Serro; em 1896, o movimento expandiu-se para a “Retorcida” (hoje Nereu Ramos) e Ribeirão Cavalo, com os Bertoli, Nicolluzzi e outros; e em 1918, a região da Duquesa de Chartres (pioneiros como os Rosá e Ropelato) e a Santa Luzia;

Foto Ademir Pfiffer
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Edificando a comunidade: O trabalho, a fé e a educação como alicerces

A simples posse da terra era apenas o começo. Concomitantemente à derrubada da mata e ao plantio dos primeiros grãos, os imigrantes edificavam os pilares de sua nova sociedade, movidos por dois eixos simultâneos: a cooperação no trabalho e a união em torno da fé e da educação.


De um lado, a necessidade prática de domar a natureza e garantir o sustento levou à criação de soluções engenhosas. O cultivo do arroz, atividade central para muitas famílias, exigia um complexo manejo das águas. Em resposta, em 1934, os colonos fundaram a Associação do Valo Agrícola, um sistema cooperativo de canais e comportas. Este esforço coletivo, celebrado em monumento, foi formalizado com a publicação de seu estatuto no jornal “Correio do Povo” em 26 de abril de 1953, um testamento do espírito de colaboração.


Ao mesmo tempo, a comunidade se organizava para nutrir a alma e a mente. A forte religiosidade e o valor dado à educação levaram à criação das “capelas-escolas”. O exemplo mais notável é o da Sociedade Escolástica Católica da Barra do Rio Serro, fundada em 6 de setembro de 1899. Em 1908, um texto histórico marcou o lançamento da pedra fundamental da Igreja Nossa Senhora das Graças. A escola teve seu estatuto registrado em 1919 e, em 1955, em um gesto de integração, a sociedade doou o prédio ao estado, dando origem à Escola de Educação Básica Professor José Duarte Magalhães.

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A herança viva: Cultura, memória e documentos

Enquanto as comunidades se estruturavam, a cultura italiana pulsava em cada gesto. A culinária, com a polenta como símbolo de resistência e sustento, tornou-se o legado mais presente. As festas, repletas de música, dança, do som alto do dialeto e de jogos como a mora, eram o espaço sagrado para manter viva a alegria e os laços de união.


Essa rica história não se perdeu no tempo. Ela foi meticulosamente registrada. Desde os Certificados de Nascimento e Batismo emitidos na Itália em comunas como Fornace (1854) e Borgo Valsugana (1851), que são o ponto de partida de tudo, até os livros de impostos de Joinville de 1912 e 1913, que comprovam a presença organizada dos colonos em terras jaraguaenses.

Foto Flávio José Brugnago | Observa +
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A preservação da memória: “Famílias italianas contam suas histórias”

Celebrando a transformação da memória em literatura, a exposição destaca o esforço dos descendentes em registrar as sagas de suas famílias. Um painel exibe dezenas de crônicas familiares, livros de genealogia e memórias publicados que mostram o profundo desejo de pesquisar as origens e honrar os antepassados. Títulos como “Família Marchetti”, “Genealogia Família Tambosi”, “Minhas Memórias” de Honorato Piazera e “Nossa Família Stulzer Satler” exemplificam como a história coletiva é preservada através das inúmeras histórias individuais.


O texto final sobre a saga italiana é uma síntese coesa e bem-sucedida. Ele organiza os fatos em uma linha do tempo clara, ao mesmo tempo que entrelaça os temas essenciais de trabalho, fé, cultura e memória. Com linguagem respeitosa, a narrativa conecta eficazmente o passado ao presente, destacando o legado duradouro da imigração na identidade do estado de Santa Catarina e a colonização do Vale do Itapocu.

Ademir Pfiffer – Historiador, para o Jornal do Vale do Itapocu
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